A expectativa é que os valores possam chegar até R$ 1.2 MILHÃO, sendo pelo menos duas vezes maior que qualquer outra quantia já devolvida pelos presidentes anteriores. Sugestão de aplicação destes recursos pode levar internet gratuita a toda área rural de Castilho
Após ter antecipado R$ 90 mil em recursos próprios do Legislativo ainda no mês de junho (dia 19) para ajudar a Prefeitura de Castilho na criação da Ala Covid-19, montada no Hospital “José Fortuna”, o presidente da Câmara, vereador Sebastião Reis de Oliveira, confirmou à nossa redação que a devolução de subsídios deste ano aos cofres públicos será superior a R$ 1 MILHÃO.
“Neste exato momento, não é possível afirmar o valor exato da devolução, já que ainda temos alguns pagamentos a serem feitos com os recursos da Câmara. Mas podemos garantir que a devolução mínima será de R$ 1 milhão, podendo chegar até R$ 1.2 milhões conforme os restos a pagar”, afirmou Tião Japonês.
Mesmo descartando os R$ 90 mil que já haviam sido antecipados em junho, o valor mínimo que a Câmara pretende devolver à Prefeitura no final deste mandato, é pelo menos duas vezes maior que qualquer outra quantia já devolvida por outra legislatura na história do município.
Salvo engano, a maior devolução anterior, foi feita ao final da presidência de Vitor Sotini, que deu exemplo regional de economia numa época tensa de economia de energia em nível nacional e, mesmo assim, conseguiu devolver cerca de R$ 500 mil aos cofres públicos. Depois de Sotini, o ex-presidente Waguinho é o segundo no ranking, responsável pela devolução de aproximadamente R$ 400 mil que ele pediu ao então prefeito Joni Buzachero que utilizasse na compra de condicionadores de ar para as escolas municipais. Infelizmente, o pedido dele não foi atendido àquela época.
Em parte, a própria pandemia do coronavírus que teve início em março, é responsável por esta enorme economia. Com o Legislativo operando ao pé da letra no tocante às recomendações da Organização Mundial de Saúde, os próprios gastos internos da Câmara foram reduzidos significativamente. Gastos com viagens e alguns outros pequenos ajustes feitos pela Mesa Diretora, complementam esta economia.
O QUÊ ACONTECE COM ESSE DINHEIRO?
Assim como ocorreu no caso de Waguinho, o dinheiro devolvido pela Câmara à Prefeitura pode ser acompanhado de uma “sugestão” de prioridade em sua aplicação. Isso não significa que o prefeito tenha a obrigação de acatar o pedido.
Neste caso, Tião antecipou à nossa reportagem que seu objetivo é que o dinheiro devolvido neste ano seja aplicado no já anunciado projeto do prefeito eleito, Paulo Boaventura, de levar a internet gratuita a toda a área rural do município.
“Minha família possui enorme ligação com o homem do campo e os assentados rurais de nosso município sempre vêm até a Câmara para que possamos ajudá-los em suas reivindicações. A internet gratuita pra eles é um destes pedidos que são feitos com frequência e agora temos a oportunidade de ajudar a Prefeitura a transformá-lo em realidade. Internet no sítio não é luxo. É uma necessidade real para ampliar os conhecimentos que podem melhorar a produção e qualidade dos produtos comercializados pelos pequenos produtores, além de ajudar os filhos destes a romper as barreiras restritivas da Educação, facilitando os estudos deles dentro de suas próprias casas. Além disso, com acesso livre à internet, os projetos de Cultura Online que a Prefeitura começou a implementar neste ano, alcançam um novo público – o rural, que corresponde a quase 50% de toda a população castilhense”, antecipou Tião.
Até agora, a proposta que Tião pretende apresentar para uso destes recursos foi discutida apenas entre os membros da Mesa Diretora da Câmara e está sendo divulgada somente agora e com exclusividade por nossa reportagem.
O assunto não foi discutido nem mesmo com o prefeito eleito Paulo Boaventura, quando este reuniu-se com os vereadores no último dia 27 de novembro, logo no início do processo de transição de Governo.
“Não tratamos sobre este assunto com Paulinho porque ainda não sabíamos ao certo quanto poderia ser devolvido e não havíamos estudado profundamente quais as possibilidades de aplicação destes recursos. De lá pra cá, analisamos os principais pedidos que recebemos na Câmara ao longo dos últimos quatro anos e confrontamos estas reivindicações com as propostas de Governo do novo Chefe do Executivo. A instalação da internet gratuita na área rural surgiu, então, como uma das propostas mais promissoras”, explicou Tião.
DECISÃO COLETIVA
A expectativa é que os valores finais que serão devolvidos pela Câmara aos cofres públicos da Prefeitura sejam definidos até a próxima quinta-feira, véspera do Natal. Só então será possível saber a quantia exata economizada pelo Legislativo neste ano de 2020 e se o prefeito eleito, Paulo Boaventura, acatará a sugestão de aplicação destes recursos na instalação de internet gratuita na zona rural.
Importante destacar que a opção pelo uso destes recursos na área rural do município é uma sugestão não apenas de Tião, mas também de todos os membros da Mesa Diretora da Câmara. Portanto, o atual vice-presidente Flávio Nascimento, os 1º e 2º secretários Waguinho e João Paulo, assim como os 1º e 2º tesoureiros Ailton Pereira e Daniel Batista, apoiam esta decisão tomada em conjunto.
[Fotos: Moisés Eustáquio/Jornal ImpactoOnline/Cortesia]