Nosso leitor e atleta, Leonardo, vira ‘Repórter Por Um Dia’ e relata situação de abandono de família vitimada por incêndio da última sexta-feira
Dificilmente os castilhenses e cidadãos dos municípios mais próximos conseguirão se esquecer das imagens alarmantes dos incêndios ocorridos em grandes extensões de terras de Castilho na sexta-feira passada, dia 11. Apesar dos esforços conjuntos de Bombeiros e Brigadistas da Prefeitura e das Usinas Viralcool e Ypê, os prejuízos resultantes estão muito além das estimativas econômicas.
Uma semana após esta terrível perda ambiental, um leitor assíduo e grande colaborador de nossa equipe de reportagem, passou ocasionalmente pela propriedade rural de Celso de Souza, um ex-comerciante castilhense que há alguns anos decidiu retornar ao meio rural onde foi criado. Foram ele, sua família e seus animais domésticos, as vítimas iniciais deste que pode ter sido o primeiro de uma série de três incêndios simultâneos ocorridos em diferentes pontos do município.
Durante a visita à propriedade da família, o atleta Leonardo Rodrigo Duarte – líder da Equipe Pé de Cana, que costuma percorrer longas distâncias diariamente em seus treinos, fez uma breve entrevista com Celso para saber como foi essa experiência assustadora.
Neste bate-papo, o proprietário do lote acompanhou Leonardo até o local de provável origem do incêndio que chegou muito próximo de sua residência, onde mora sozinho com a mãe, uma simpática e sorridente senhora de 85 anos, chamada Maria Amélia, mas que a maioria dos castilhenses conhece pelo apelido carinhoso de “Mamé”.
A propriedade da família é conhecida como “Sítio Santo Antônio” e está localizada logo após o principal trevo de acesso à área urbana de Castilho, no bairro Anhumas (Veja o Mapa: https://maps.app.goo.gl/LpTjo8snE3Fnq6uN8).
Com experiência na área, Leonardo conferiu e registrou detalhes do local onde foi o foco principal do incêndio: à beira do sítio de Seo Celso.
“Tudo indica que foi na rede elétrica [início do incêndio], próximo a um transformador. Meus anos na geração de energia me capacitaram pra concluir isso. Mas carece de uma inspeção mais profissional e habilitada”, avaliou Leonardo.
Detalhando o que foi visto no local, Leonardo diz que os cabos de transmissão caídos no chão apresentam sinais de solda, o que complementa suas suspeitas de que um curto-circuito tenha realmente provocado as fagulhas que iniciaram o incêndio.
“O fogo, por si só, não causa isso aí não”, afirmou ele referindo-se aos aparentes sinais de solda nos cabos de transmissão.
Embora nossa reportagem não tenha obtido nenhum relatório oficial sobre as prováveis causas do incêndio, a avaliação de um conhecedor da área serve como referência para suscitar uma pergunta importante e cuja resposta pode colocar fim a uma série de inconvenientes, dores de cabeça e prejuízos financeiros para Seo Celso:
Independente se problemas técnicos num transformador de energia forem realmente a causa do problema, porque motivos a Elektro deixou a família uma semana inteira privada do fornecimento de energia elétrica?
Segundo relato feito por Celso pelo telefone, equipes da Elektro estavam trabalhando próximo à sua casa na noite desta quinta-feira, 17. Mas, infelizmente, até as 13h da tarde desta sexta-feira, 18, o fornecimento de energia ainda não havia sido restabelecido.
A demora sem sentido da Companhia Elétrica em resolver o problema de Celso e Dona Mamé, não tem justificativas plausíveis. Numa vídeo-entrevista concedida pelo sitiante ao Leonardo (Assista ao vídeo disponível no final da reportagem), ele relata que todos os procedimentos necessários para que a religação fosse feita, foram adotados:
Um novo padrão elétrico, com todas as especificações técnicas recomendadas já foi adquirido e instalado por ele na propriedade; um relatório sobre sua situação se encontra registrado nos arquivos da Elektro e Celso possui o protocolo de atendimento; um boletim de ocorrências foi devidamente registrado na Delegacia de Polícia local.
Apesar de toda a agilidade de Celso, Dona Mamé, aos 85 anos de idade, continua desde a semana passada em uma casa completamente tomada pela escuridão. Os itens de alimentação que a família possuía no freezer e geladeira, se estragaram desde então.
A falta de energia também está colocando em risco a vida dos animais da propriedade, já que gado, galinhas, plantas, a família e tudo mais, dependem do funcionamento da bomba para extrair água do único poço que serve a propriedade.
O socorro emergencial tem sido fornecido por funcionários de uma Usina Sucroalcooleira que se sensibilizou com a situação de abandono vivenciada pela família após tantos anos de contribuição para o progresso de Castilho.
A pergunta que não quer se calar agora é: até quando a Elektro permitirá que a família continue nesta situação de privação e com risco de perder até mesmo os animais de sua propriedade?
Ao ser informada por Celso de que suas inúmeras ligações à Companhia Elétrica não resultaram em nenhuma resposta positiva, optamos por não ouvir a justificativa da empresa para este atraso. Porém, caso seja do interesse da mesma, nossos canais estão abertos para receber as explicações que julgarem necessárias e retransmiti-las aos nossos leitores.
ASSISTA A ENTREVISTA CONCEDIDA POR CELSO AO LEONARDO: