Por Ygor Andrade, especial para o Grupo Portal e Paparazzi News
No Brasil, as mulheres representam cerca de 50% dos filiados à partidos. O número é ainda mais expressivo quando vemos que o número de mulheres eleitoras é ainda maior do que o de homens, algo em torno de 55% ou mais, dependendo da região.
Talvez por isso, ainda seja estranho ver que mulheres não são, nem de longe, um número igual ou maior do que o de homens nas Câmaras Municipais, por exemplo.
Castilho não elegeu nenhuma mulher para o Legislativo; e não foi por falta de opções. Havia muitas mulheres no pleito. O questionamento a ser feito é: será que estavam preparadas para assumir uma cadeira na Câmara? A resposta pode vir junto, quando o eleitor se depara com a reflexão de que as oportunidades raramente são dadas.
Há oito anos, por exemplo, a cidade não elege uma mulher para o Legislativo municipal, enquanto Andradina fez duas vereadoras e, Nova Independência, mesmo sendo muito menor, elegeu três representantes femininas. Ou seja, cidades da região têm representação feminina entre os vereadores, mas Castilho, continua “atrasada”.
Políticas públicas voltadas para mulheres no Brasil, no geral, partem de depoimentos e vivências das próprias mulheres, mas que muitas vezes acabam sendo encabeçadas por homens que assumem “um lugar que não lhes pertence”, mas que acaba lhes sendo imputados pelo simples fato de que, mulheres, não elegem mulheres.
Existe, para cada partido, independentemente de seu tamanho, uma cota exigida pelo Tribunal Superior Eleitoral, de que 30% das vagas de candidatos devem ser preenchidas por mulheres. Mas isso acaba por ser uma exigência cumprida não pelo fato de que mulheres têm capacidade, mas única e exclusivamente para não contrariar a Lei.
A representatividade feminina necessita de mais oportunidades e assim, quem sabe, casos como a da Influencer Mariana Ferrer, humilhada durante uma audiência contra um acusado de estupro, não aconteçam e, caso aconteçam, tenham a segurança de punição para os infratores.
Com tantas mulheres disputando cargos políticos seja para prefeita, deputada, senadora, governadora, vereadora e até presidente do país, o Brasil ainda carece de mais representatividade feminina nas disputadas eleitorais e, acima disso, de mais mulheres eleitas.
Com isso, leitora/eleitora, fica a reflexão de que as mulheres só terão mais oportunidades de igualdade de disputa com os homens, quando houver mais mulheres apoiando outras mulheres e elegendo mulheres.