Em Castilho, o número de pessoas que não escolheram candidatos assusta por sua representatividade
Por Ygor Andrade especial para o Grupo Portal
As Eleições 2020 terminaram com a vitória da chapa composta por Paulo Boaventura e Marcos Visual com 62,92% dos votos válidos. Foram 7.435 eleitores que depositaram os próximos quatro anos do futuro de Castilho, nas mãos destes dois homens.
O candidato Joni Buzachero teve 3.761 votos, representando 31,83% enquanto o estreante, Higor Bonifácio teve 621 votos (5,26%).
O leitor e eleitor que acompanha este texto pode dizer: “isso, eu já sabia”, mas o que talvez você não tenha prestado atenção, é em relação ao alto número de pessoas que não escolheram um candidato, ou mesmo que deixaram de votar; seja por opção, ou falta de opção, ou mesmo como forma de protesto, o percentual de eleitores que de alguma forma “não participou” da escolha dos candidatos em Castilho aumentou 31,82% rem relação a 2016.
Em 2016, por exemplo, foram 3.010 pessoas que ou anularam (473), ou votaram em branco (237) e que também optaram por se abster da escolha (2.300). Em 2020, somente o número de abstenções, ultrapassa o número total de votos inválidos em 2016. Foram 3.282 abstenções, enquanto o número de votos brancos foi de 230 e, os nulos 455, um total 3.968 eleitores que não foram responsáveis diretos pela escolha, principalmente, dos chefes do Executivo Municipal.
Esse aumento, entretanto, pode ser creditado a diversos fatores; um deles, talvez o principal, tenha sido a desistência da atual prefeita da cidade, Fátima Nascimento, em concorrer a sua reeleição, contudo, isso, em nenhum momento, deve tirar o mérito do trabalho dos outros candidatos que buscaram seu espaço e, principalmente, venceram a disputa. Caso de Paulo e Marcos.
O número de votos inválidos poderia ter decidido as eleições de uma maneira diferente seja para colocar outro candidato como Prefeito, ou mesmo para fazer com que a vantagem do eleito, fosse ainda maior. Uma terceira possibilidade, teria sido a “grande surpresa” da terceira opção de escolha, ter ultrapassado a atual segunda.
Mas, para você que acompanha este raciocínio e já entendeu aonde quero chegar com ele, deve estar se perguntando: Será que a tendência para os próximos anos é justamente essa?
Ano em que vimos marcos históricos, principalmente nas eleições americanas, onde números mostravam que quase 75% dos eleitores fizeram sua opção de voto pelos correios (muito por conta da pandemia do Coronavírus), no Brasil, o número de pessoas que simplesmente não votaram foi absurdamente alto. A resposta para a pergunta deixada no parágrafo acima pode ainda não ser unanimidade, mas talvez se permeie pelo descontentamento da população com a política no Brasil.
A representatividade desses números é assustadora, levando em consideração o período histórico que vivemos. Um país aonde a informação tem sido base responsável e imprescindível para justamente, escolher melhor nossos representantes, ainda observamos que a métrica para a escolha dos representantes não tem sido a melhor proposta e, também, reflete na incapacidade de alguns de apresentarem-se como opções viáveis.
O intuito deste texto jamais foi desmerecer o trabalho de nenhum postulante ao cargo público, apenas levar a reflexão que, se as coisas não melhorarem, não mudarem, nos próximos anos talvez vejamos o número de votos inválidos ser maior do que o número de votos válidos.